quarta-feira, 11 de julho de 2012

Na reta final, Demóstenes fica totalmente isolado

BRASÍLIA - Perda de mandato, cassação de direitos políticos até 2027 e possibilidade de expulsão do Ministério Público é a situação com que Demóstenes Torres terá de conviver daqui para a frente. Mas difícil mesmo foi a reta final do seu calvário, quando Demóstenes ficou completamente isolado. Nos momentos de desespero tentou aproximação com alguns senadores, sem sucesso. Não conseguia companhia nem para degustar um vinho, uma de suas predileções.
Para piorar, sua mulher, Flávia, foi acometida por uma úlcera nervosa. Nos últimos dias Demóstenes parou de tomar remédio para dormir porque não estava mais fazendo efeito. Ele só dormia três horas por dia.
Antes de cair em desgraça, Demóstenes tinha uma agitada vida social com os colegas senadores. Era sempre um dos astros de sessões de karaokê, saraus e reuniões para degustação de vinhos. Antes do mandato já tinha perdido a convivência festiva com os antigos pares. Para um dos senadores que ligou, disse que estava sendo privado de um dos seus maiores prazeres.
— Ele me ligou e disse: “minha mulher não pode tomar mais vinho comigo. E quando tomo sozinho, eu fico depressivo. Venha tomar um vinho comigo!". Infelizmente, não pude ir — contou o senador Lobão Filho (PMDB-MA), com quem, ainda no auge do poder ano passado, Demóstenes curtiu o carnaval em praias do Rio.
Outros senadores também foram procurados em busca de um conforto nos momentos de maior solidão e desespero.
— Eu tenho muita misericórdia pelo Demóstenes. Eu orava com ele no telefone, mandei música de conforto, orientei a ler a Bíblia. É como socorrer o acidentado no momento do acidente, você não pergunta se o acidentado teve culpa — contou o senador Magno Malta (PR-ES), da bancada evangélica

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